Discurso e identidade agrária na Galiza moderna (1875-1936)
«Terra a Nossa!» foi umha das consignas
mais recorrentes esignificativas da Galiza
do primeiro terço do século XX,umha
bandeira da fachenda coletiva, que implicitamente
reconhecia as origens labregas
dos diferentes estratos de classe eâmbitos
culturais que a abraçárom. Quiçá as suas
origens fiquemno poema rosaliano que,
com este título, aparece em FollasNovas:
um retrato dos padecimentos da Galiza
campesinha e, aomesmo tempo, a exaltaçom
das paisagens e da língua queforam
desprezadas na imagem espanhola dominante.
A legendasintetiza o esforço teórico,
cultural e político que todos osagentes
participantes na construçom da identidade
galega moderna vinham acometendo
desde o século anterior, tomando o campo
como base. Através dela, como mostra a
análise de Antom Santos, podemos chegar
a conhecer um campesinismo transversal
que, narealidade, fazia de caixa de ressonância
dos profundos desvelos que chegavam
com os novos tempos. Tempos da
urbanizaçom e a mudança de costumes,
do fim do comunitarismo à política de
massas, dosprocessos nacionalizadores
em pugna à posta em causa da tradiçom.